Categories
Politics
Reflections
Arts & Culture
Consumer
HomeAboutContact

Subscribe for updates

Thank you! Your submission has been received!
Oops! Something went wrong while submitting the form.
HomeAboutContact
Politics
Reflections
Arts & Culture
Consumer
Twitterfacebooklinkedinemail
print

A matança e o antiamericanismo russo na Síria

Rasheed Abou-Alsamh
By:
Rasheed Abou-Alsamh
June 2, 2013
March 16, 2022
Misseis russos S-300, como esses aqui, já foram vendidas para a Síria. (Foto AFP)
A matança e o antiamericanismo russo na Síria
Share this:
Twitterfacebooklinkedinemail
print

A matança e o antiamericanismo russo na Síria

Misseis russos S-300, como esses aqui, já foram vendidas para a Síria. (Foto AFP)

Como diz Georgy Mirsky, os russos podem viver sem a Síria e sem Assad, mas consideram inaceitável a impressão de que Moscou estaria dançando a música de Washington

ARTIGO - RASHEED ABOU-ALSAMH

A decisão no dia 27 de maio da União Europeia levantar a proibição de fornecer armas para os rebeldes sírios foi uma boa noticia para pessoas como mim que acreditam que uma intervenção é necessária para terminar de vez com o sangrento ditador Bashar al-Assad. Mas a oposição síria se queixou no dia seguinte que isso podia ser muito pouco e muito tarde. A confirmação por um oficial francês que nenhuma arma ia ser exportada para os rebeldes antes do dia 1 de agosto, para dar uma chance à cúpula de paz a ser realizada em Genebra no mês que vem, foi decepcionante.

Decepcionante porque é claro para qualquer pessoa que queira enxergar que os russos estão enrolando os americanos e europeus para ganhar tempo nas suas ações de escorar o regime de Assad. Na ONU, a Rússia e a China bloquearam qualquer condenação do regime do Assad no Conselho de Segurança. E para que? A Rússia e a China têm muitos laços históricos com a Síria? Não. Muito comércio bilateral com a Síria? Não. Essas duas potências mantem o seu apoio à Síria por razões puramente ideológicas, e com isso o povo sírio sofre numa guerra civil sangrenta de mais de dois anos e mais de 80.000 mortos.

Os rebeldes sírios estão travando batalhas para se libertar de um ditador -- sem escrúpulos em mandar matar, estuprar e torturar seu próprio povo – com muito menos armas do que as forças do governo que tem tanques, aviões caça e bombas pesadas. Agora a Rússia esta prestes a mandar um carregamento de misseis S-300 para a Síria, que os russos insistem foi comprada em 2007, antes de a guerra civil começar. O vice-ministro russo de relações estrangeiras Serguei Ryabkov disse que esses misseis vão ser um fator de estabilidade na Síria por dissuadir alguns exaltados de intervir na guerra civil. O enviado russo à OTAN também justificou a venda, dizendo que “nos não estamos fazendo nada para mudar a situação na Síria.” Sim, mas estão fazendo de tudo para que o Assad fique no poder. De acordo com as especificações técnicas dos misseis S-300, eles foram projetados para defender contra misseis de vários tipos. O radar que cada S-300 possui pode acompanhar até 100 alvos simultaneamente, e engajar até 12. Eles são uns dos mais potentes sistemas de misseis, e vão ser um sério problema para as forcas do OTAN se o Ocidente decidir em uma intervenção militar na Síria.

Para tentar entender a mente russa, é bom ler o artigo de 21 de maio da Julia Ioffe na revista política americana The New Republic. De origem russa ela mesma, a Ioffe entrevistou vários analistas russos sobre a atuação russa na Síria, e vários disseram que a Rússia gostava do regime Assad porque era secular e não ameaçava seus vizinhos. Eles também repetiram a mantra -- já cansado -- de que os extremistas islamitas iam tomar poder se Assad caísse, e iam ameaçar a Rússia e os Estados Unidos. Mas um deles acertou o coração da questão quando disse que o apoio russo ao regime Assad, aparentemente interminável mesmo com tanta mantença, é resultado de um antiamericanismo e suspeita de qualquer ação americana, que é um vestígio da Guerra Fria e a velha União Soviética. “A questão não é amor por Assad, ou o nosso porto de Tartous, ou até mesmo a venda de armas. ...Podemos viver sem a Síria, podemos viver sem Assad, mas permitir que alguém fale que Moscou está dançando a música de Washington seria inaceitável. Inaceitável,” disse Georgy Mirsky, um russo estudioso do Oriente Médio, para Ioffe.

O maior problema que tem impedido uma virada decisiva no conflito tem sido a relutância do presidente americano Barack Obama em intervir na Síria. Sim é verdade que a Síria é diferente da Líbia, e que o povo americano está emocionalmente e financeiramente drenado depois das longas guerras no Afeganistão e Iraque que consumiram tantas vidas e capital americano. Mesmo assim, houve uma noticia animadora essa semana no site Daily Beast relatando que Obama já pediu para o Pentágono criar um plano de intervenção militar americana na Síria, principalmente com zonas de exclusão áreas. Mas o artigo ressalva que Obama continua apostando no caminho diplomático, e que o plano militar – que o Pentágono opõe – ainda tem poucas chances de sair do papel.

Isso é muito triste para os milhares de sírios inocentes sendo morto todo mês. Em um apelo emocional para o Ocidente, o general Salim Idriss, do Exército Livre Sírio, implorou no programa de Christiane Amanpour na CNN que os EUA e os europeus fornecessem misseis antitanque e antiaéreos para os rebeldes o quanto antes. “Os russos e os iranianos estão mentindo. Eles querem ganhar mais tempo para o regime de Assad,” disse Idriss. “Nos temos três demandas para as negociações em Genebra: Que o Assad tem que sair do poder; que o chefe da segurança deixe o cargo, bem como o chefe militar, e que os dois sejam julgados pelos seus crimes.”

Nos já tivemos negociações de paz em Genebra no ano passado, e de nada serviu. Eu não acho que alguma coisa vai sair da segunda rodada agora em junho. O Assad já disse em sua entrevista recente ao diário argentino Clarín que nunca vai deixar o poder de vontade própria. Os russos também parecem determinados a apoiar Assad, vir o que vier. Resta a Obama parar de falar pelos cotovelos e intervir na Síria, não com tropas americanas no solo, mas com zonas de exclusão áreas, bombardeiros de forças militares sírios, e o fornecimento de armas pesadas para os rebeldes, bem como apoio tático. Somente assim a matança acabara na Síria.

Rasheed Abou-Alsamh é jornalista

URL: http://glo.bo/11sY543

Rasheed Abou-Alsamh
By:
Rasheed Abou-Alsamh
Tags:
Portuguese Posts
Siria
US
Share this:
Twitterfacebooklinkedinemail
print

Comments

Paulo
6/17/2013 1:36 AM
3/16/2022 7:04 PM

Isso ainda vai acontecer, Edilson. Mas vai causar a terceira guerra mundial. Estão querendo e planejando exatamente isso, com o extermínio de bilhões de pessoas, a queda de duas, três, ou quatro potências ou superpotências militares, EUA, Rússia, China, Índia, Paquistão, e Irã, junto autodestruição árabe, entre sunitas e xiitas, depois do qual querem levantar uma outra superpotência mundial, do que restar da Europa/OTAN, para tentarem governar a política e a economia mundial.

Edilson Hugo Ranciaro
6/16/2013 2:53 AM
3/16/2022 7:04 PM

Cabe a Russia e a China se contrapor a vontade americana de depor o governo Sírio. Israel com seu eterno temor é o problema maior do Oriente Médio.


A Russia deveria impor um exclusão aérea em volta de Israel e depor o Reino da Arábia Saudita.


Russia e China, deveriam intervir na Guerra da Síria, prendendo todos os mercenários pagos pelos americanos.

Leave a comment

Name
Comment
Your comment has been submitted! Refresh your page, it will appear shortly.
Oops! Something went wrong while submitting the form. Try again!

Other posts

·
Latest Posts
·
Latest Posts
·
Latest Posts
·
Latest Posts
·
Latest Posts
·
Latest Posts
·
Latest Posts
·
Latest Posts
·
Latest Posts
·
Latest Posts
·
Latest Posts
·
Latest Posts
·
Latest Posts
·
Latest Posts
·
Latest Posts
·
America is being dismantled
Politics
June 28, 2025
June 28, 2025

America is being dismantled

By:
Rasheed Abou-Alsamh
My thoughts on Gaza, Trump and illegal imigrants in the US
Politics
February 11, 2025
February 11, 2025

My thoughts on Gaza, Trump and illegal imigrants in the US

By:
Rasheed Abou-Alsamh
Jeddah's New Airport
Arts & Culture
January 24, 2024
January 24, 2024

Jeddah's New Airport

By:
Rasheed Abou-Alsamh
The stomach-turning hypocrisy of the Biden administration
Politics
January 10, 2024
January 24, 2024

The stomach-turning hypocrisy of the Biden administration

By:
Rasheed Abou-Alsamh
Next
1 / 71
Politics
December 19, 2014
March 24, 2022

Minha entrevista com a Radio Sputnik sobre a tortura da CIA

By:
Rasheed Abou-Alsamh
Politics
October 17, 2014
March 24, 2022

Jovens do PSDB repudiam ataque de militante pro-Dilma

By:
Rasheed Abou-Alsamh
December 20, 2013
February 18, 2023

Os estrangeiros descontentes

By:
Rasheed Abou-Alsamh
June 17, 2012
March 16, 2022

Síria: Um silêncio vergonhoso

By:
Rasheed Abou-Alsamh
Next
1 / 85
RW Logo
HomeAboutContact
Categories
Politics
Reflections
Arts & Culture
Consumer
Subscribe for updates
Thank you! Your submission has been received!
Oops! Something went wrong while submitting the form.

© Rasheed's World 2021. All rights reserved.

Site by