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Crise com Catar sem precedente

Rasheed Abou-Alsamh
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Rasheed Abou-Alsamh
June 4, 2017
March 16, 2022
Crise com Catar sem precedente
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Por Rasheed Abou-Alsamh

WASHINGTON -- O mundo esta acordando neste 05 de junho 2017 com a notícia chocante que a Arábia Saudita, Bahrein, Egito, Emirados Árabes e o Iêmen estão cortando relações diplomáticas com Catar. Os cinco países acusam Catar de apoiar grupos terroristas, o principal deles sendo a Irmandade Muçulmana e o grupo palestino de Hamas. Esses países também acusam Catar de apoiar a agenda do Irã na região.

Sempre ouve muita rivalidade entre Catar e seus co-membros do Conselho de Cooperação de Golfo, especialmente depois que Catar virou um dos países mais ricos do mundo com suas reservas de gás natural. Catar gosta de esbanjar sua riqueza, comprando a loja de luxo Harrods em Londres, o prédio The Shard na capital britânica, e já gastou bilhões de dólares para hospedar a Copa do Mundo em 2020. Também gosta de seguir uma política externa independente, que muitas vezes entra em confronto com a política externa do seus vizinhos. Catar divide com o Irã o maior campo de gás natural do mundo no Golfo.

Linhas aéreas do Golfo vão suspender todos seus voos para Doha a partir de amanha, e a Qatar Airways vai ser proibida de voar até esses países. Isso vai ser um baque econômico para a Qatar Airways por causa dos muitos voos diários que tinha para cidades sauditas, levando milhares de peregrinos muçulmanos toda semana indo para Meca para fazer Umrah e Haj.

A Arábia Saudita já fechou a única fronteira terrestre que Catar tem, citando razoes de segurança nacional. Isso provocou um pânico nos habitantes de Doha que foram para os supermercados comprar mantimentos, temendo que haverá escassez de comida. O Catar importa 90% de toda a comida que consome, e muito disso entra no pais por terra vindo da Arábia Saudita.

A Qatar Airways também vai sofrer mais dificuldades se os Emirados Árabes e a Arábia Saudita fecharem seu espaço aéreo a voos indo e vindo de Doha.

A família real do Catar sempre apoiou a Irmandade Muçulmana, dando abrigo a lideres egípcios exilados do movimento, e financiando jornais e sites de noticia que apoiam o grupo. Isso tem levado a muitas fricções com a Arábia Saudita, os Emirados e o Egito, que odeiam a Irmandade por ser um movimento político islâmico que vejam como uma ameaça a seus governos. Os sauditas e emiratis apoiaram o golpe do general egípcio Abdel Fattah al-Sissi, que derrubou o governo de Mohammad Morsi em 2013, que foi eleito democraticamente. Morsi e milhares de outros membros da Irmandade continuam presos no Egito, acusados de terrorismo e condenados a morte ou a prisão perpetua.

Não vejo um desfecho muito bom para esta crise. Somente duas semanas atrás o emir do Catar Tamim bin Hamad Al Thani esteve em Riad, na cúpula de países islâmicos com o presidente Donald Trump, beijando o príncipe herdeiro saudita Mohammad ibn Naif. Um analista na Aljazeera English disse hoje que acha que esta crise marca o fim do CCG. Isso pode ser uma avaliação apressada, mas ele também notou a ironia que a suspensão de relações diplomáticas com Catar caiu no exato aniversario de 50 anos da derrota dos exércitos árabes na Guerra de Seis Dias contra Israel em 1967.

Catar tem se sentido ameaçado por causa de seu tamanho pequeno, e por isso tem tentado sempre ter relações boas com todos os países do mundo. Isso tem levado ao país ter boas relações com os iranianos, e ao mesmo tempo ter a base aérea de Al-Udeida, com 10.000 militares americanos, no seu solo. Críticos também acusam Catar de dar apoio financeiro ao grupo terrorista do Estado Islâmico, mas provas nunca foram apresentados.

As vítimas dessa guerra diplomática como sempre serão a população civil desses países. Muitas famílias locais são espalhados entre vários países do Golfo, e eles vão perder empregos, negócios e paz familiar se foram forçados a sair do Catar, e vice-versa.

Os Emirados Árabes já pediram a Washington para ameaçar tirar sua base militar de Catar para tentar pressionar Doha a mudar suas políticas regionais. Eu duvido que isso vá funcionar, e é um jogo perigoso por que os americanos precisam muito desta base no Catar. Infelizmente só vejo o regime iraniano ganhando com esta crise. Os iranianos devem estar rindo de prazer em Teerã, vendo esta desunião dos países do Golfo.

Rasheed Abou-Alsamh
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