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Crise no Qatar: Jogo duplo e dois lados inflexíveis

Rasheed Abou-Alsamh
By:
Rasheed Abou-Alsamh
June 11, 2017
March 16, 2022
Prateleiras de leite vindo da Turquia num supermercado de Doha. Antes, boa parte do leite vinha da Arabia Saudita, que cortou relações diplomáticas com Qatar no dia 5 de junho.
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Crise no Qatar: Jogo duplo e dois lados inflexíveis

Prateleiras de leite vindo da Turquia num supermercado de Doha. Antes, boa parte do leite vinha da Arabia Saudita, que cortou relações diplomáticas com Qatar no dia 5 de junho.

Essa análise foi publicada no O Globo de 11/06/2016:

Por Rasheed Abou-Alsamh

A grave crise diplomática entre o Qatar e Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Egito está se aprofundando com o ministro de Relações Exteriores do Qatar insistindo que seu país não modificará sua política externa e tampouco fechará a emissora Al Jazeera. O governo qatari tem tentado acalmar sua população, que correu na segunda-feira aos supermercados para estocar comida e água.

Tensões entre Qatar e seus vizinhos no Golfo não são novas. Em 2014, Arábia Saudita, Emirados, Bahrein e Kuwait chamaram seus embaixadores em Doha de volta e suspenderam relações diplomáticas. Furiosos, estes países exigiram do Qatar interromper o que consideram jogo duplo: apoiar grupos vistos como extremistas, como a Irmandade Muçulmana e o Hamas, e, ao mesmo tempo, hospedar tropas americanas numa base militar no seu solo. Depois de algumas semanas, os qataris disseram que mudariam seu comportamento, e as relações voltaram ao normal.

Mas esse é o problema do Qatar, não cumprir promessas. Líderes da Irmandade Muçulmana, como o egípcio Youssef al-Qaradawi, permanecem em Doha. O grupo palestino Hamas recebe US$ 20 milhões por mês, como pagamento de salários de seus funcionários em Gaza. Sauditas, emiratis e egípcios apoiam a Autoridade Nacional Palestina liderada por Mahmoud Abbas e consideram que o apoio qatari ao Hamas serve para dividir os palestinos.

Mas o último ato de desafio de Doha que desencadeou esta crise, segundo o diário “Financial Times”, foi o pagamento em abril de US$ 1 bilhão a uma milícia pró-iraniana no Iraque para a libertação de vários xeques qataris que foram sequestrados em 2015, enquanto caçavam naquele país.

As demandas dos países do Golfo são bem claras: fechar a emissora Al Jazeera, que sempre deu pesadelos para as monarquias absolutas com suas críticas pontuadas; suspender o apoio financeiro e político à Irmandade e ao Hamas; e parar de flertar com o Irã, arqui-inimigo da Arábia Saudita e dos EAU.

A diferença entre a crise de 2014 e a de agora é que o presidente americano é Donald Trump e não Barack Obama. Obama mantinha os Estados do Golfo à distância e foi responsável pelo acordo nuclear com o Irã, enfurecendo a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos. Mas Trump é republicano, admirado pelos monarcas do Golfo, e também vê o Irã como um centro de apoio ao terrorismo.

Já há murmúrios de uma mudança de regime no Qatar. A CNN em Árabe informou, no último dia 7, que, segundo uma fonte militar americana, as forças militares do país estavam em alerta máximo, temendo uma invasão saudita por terra.

O presidente Trump vem apoiando a ação diplomática da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos e chegou a tuitar, depois do anúncio do rompimento das relações com o Qatar: “Durante minha viagem recente ao Oriente Médio, eu disse que não podia haver mais o financiamento de ideologia radical. Líderes apontaram para o Qatar — vejam!”

Após os ataques terroristas em Teerã na terça-feira, ele lamentou a violência, mas disse que os EUA sublinham que Estados que apoiam o terrorismo se arriscam a ser vítimas da maldade que promovem. Com todas essas ações, está muito claro que Trump parou de dar apoio ao emir Tamim bin Hamad al-Thani. O Qatar se encontra num beco sem saída, e não pode aceitar ajuda do Irã ou da Turquia.

Tudo indica que esta crise ainda vai durar um bom tempo. Os dois lados estão inflexíveis em suas posições, o que não ajuda a manter a estabilidade da região. Temos que esperar a ação dos EUA para evitar que um conflito maior exploda na região.

Leia mais: https://oglobo.globo.com/mundo/artigo-jogo-duplo-dois-lados-inflexiveis-21462799#ixzz4joQgKL55

Rasheed Abou-Alsamh
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Arabia Saudita
Egito
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